Amapá é um estado promissor,
contudo precisa implantar uma política de incentivo fiscal mais atraente, caso
contrário não convencerá os investidores. O grande desafio hoje, por parte das
empresas, é pleitear um benefício fiscal equivalente aos existentes em grandes
centros industrializados. Modelo aplicado atualmente é retrógado, insuficiente
para fomentar indústria local que cresce igual rabo de cavalo, para baixo. Tal
sorte, que serve somente de entrave no desenvolvimento regional.
Leis desatualizadas não
favorece ingresso de novas empresas no polo industrial, dessa forma, a única
mensagem que ecoa nos quatro cantos do Amapá é da impossibilidade de atender qualquer
tipo de benefício fiscal, sem anuência do Conselho Nacional de Politica Fazenda
– Confaz.
De outro modo, sem qualquer
controle e submissão ao Confaz, estados alimentam seus territórios com a
implantação de novos empreendimentos, sem aval daquele órgão, sob a
justificativa de manter suas regiões competitivas, consequentemente diminuindo desigualdades
sociais. Assim, vários governadores, através de politicas de incentivos fiscais
arrojadas, estão diversificando suas cadeias produtivas.
É quanto isso, Amapá fica
preso a ideia que tudo tem que ser aprovado no Confaz. Os técnicos não se
arriscaram em introduzir novos mecanismos que pudesse motivar instalação de
novos empreendimentos. Na verdade, não tiveram audácia de promover um ciclo de
debates em torno dos benefícios fiscais e seus efeitos na economia local.
O cenário foi sendo lapidado;
concessões de incentivos fiscais explodiram em todo território brasileiro sem autorização
do Conselho Nacional de Politica Fazenda – Confaz. Por fim, o ambiente de
movimentação econômica, com atração de investimentos, se transformou em uma verdadeira
“guerra
fiscal”.
E quanto isso, o Amapá
espera um mundo de paradigmas perfeito editado pelo Confaz, achando que poderia
atrair empresas sem programas efetivamente atrativos, que pudesse alavancar o crescimento
industrial. Coitado, morreu na praia e não sabia.
A guerra fiscal trouxe
insegurança jurídica, tanto para estados é empresários. Nada está definido;
ações judiciais eclodiram em todo o Brasil contestando inúmeras renúncias
fiscais, a revelia dos entes federados.
Agora, momento é outro.
Supremo Tribunal Federal já decidiu pela inconstitucionalidade dos benefícios concedidos
sem autorização do Confaz. Qualquer instante o STF poderá editar uma súmula
vinculante declarando que todos os programas de concessão de incentivos são
ilegais.
Mas, não é o fim! Estados
acreditaram numa solução política para o problema, e continuaram apostando nos incentivos
fiscais; e quanto isso Amapá continua lendo a cartilha do Confaz, conjunto de
normas que deixa claro que todo beneficio fiscal deve ser aprovado por
unanimidade.
O fato é que a guerra fiscal
está chegando ao fim. Preste a ser editada uma súmula vinculante no STF, pressão
que acelerou os debates; foi aprovado
nesta terça-feira (07.04), no Plenário do Senado, relatório do Senador Romero
Jucá – PMDB – RR que autoriza os estados a convalidar todos os incentivos
fiscais concedidos pelos governadores sem a devida ratificação do Confaz.
Esmagadora votação dos
parlamentares: 63 votos a favor, 7 contra e 1 abstenção. O projeto foi aprovado
sem levar em consideração pedido do ministro Joaquim Levy, para que a votação
fosse transferida para depois da reunião do Confaz (10.04). Infelizmente, a
lentidão do governo federal impulsionou a solução para outra esfera.
Agora, acabou unanimidade. Confaz
poderá aprovar incentivos e benefícios fiscais com quórum reduzido; votos
favoráveis de no mínimo dois terço dos estados e um terço dos estados
integrantes de cada uma das cinco regiões do país. Agora, o texto aprovado
segue para Câmara dos Deputados.
Por fim, será que valeu apena
o Amapá resistir e negar alguns benefícios fiscais, alegando sempre a mesma
ladainha: Confaz não autorizará esse ou aquele beneficio; e por que não
embarcamos na “guerra fiscal” ? Quantos investidores perdemos por não ter oferecido
incentivos no arrepio do Confaz, ao lado de tantos outros estados ?
Sei que não poderemos voltar
e corrigir o passado, tão pouco trazer de volta aquela fábrica de refrigerantes
que desistiu do Amapá, devemos sim, nos empenhar em atrair investimentos da
iniciativa privada, e garantir a equiparação de vantagens tributárias oferecidas
em outras regiões do país.
Até a próxima.
Sergio Lima
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