27 de jun. de 2016

AMAPÁ, um estado burocrático cheio de promessas irrealizáveis aos empresários. Enquanto isso, mais uma indústria de cimento entra em operação no Pará.

     Grupo Votorantim inaugurou nova fábrica no município de Primavera, estado do Pará; as atividades tiveram início em 23.06.2016.  Capacidade de produção chegará 1,2 milhão de toneladas de cimento por ano; 270 novas vagas de empregos foram preenchidas, diretos e indiretos, dos quais mais de 70% são paraenses.

         A unidade fabril teve investimento de R$ 860 milhões e produzirá cimento Poty, na qual abastecerá regiões do Norte e Nordeste.

         Todo esse investimento está sendo possível devido ao esforço mutuo entre os agentes públicos, na qual através de edições e reformulações de leis vêm introduzindo novo modelo de gestão governamental, no que diz respeito às políticas de incentivos fiscais.

 Em sentido contrário, Amapá não consegue avançar nas reformas necessárias que possam subsidiar os empresários com informações precisas, em relação concessão de incentivos fiscais.

É um estado paquidérmico: lento, pesado e burocrático que não consegue, efetivamente, produzir ações em torno de um projeto de expansão industrial.       

Precisamos de técnicos perspicazes, detentores da produção intelectual, que possam incrementar normas em prol do crescimento econômico do Amapá, da mesma forma que vem desenrolando nos estados produtores.

         O grande problema do entrave da economia amapaense e a falta de regras mais claras, ou seja, as mínimas condições sobre o custo tributário que será absorvido pelos investidores.

         Na verdade, Meu Caro Blogueiro, Amapá vive sob égide do dito popular: “manda quem pode obedecer quem tem juízo”, melhor dizendo: ainda conservamos o medo e as regras do CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária; infelizmente a parte que nos cabe é obedecer.

         Precisamos caminhar exatamente para sentido oposto. Trilhar oportunidades, encarar o problema de frente, como aconteceu no município de Primavera no Pará; capacitando mão-de-obra local.  

         Assim, Estado do Pará e tantos outros (Goiás, Maranhão, Piauí, etc..) seguem aplicando instrumentos de desenvolvimento regional sem submeter-se ao crivo do Confaz.   Totalmente independentes; tendo como critério reduzir a tributação de empresas que resultem em crescimento da economia local e melhoria de condições de vida da população.

         Ora, tudo é antagônico: se uma empresa amapaense precisa adquirir equipamento ou determinado incentivo nas operações interna, encaminha ao Confaz; edição de leis estaduais que concedem redução ou qualquer tipo de incentivo tem que ter aval do Confaz, enfim, muitas incertezas! Diferentemente de outras unidades federadas.

         Na prática, os incentivos fiscais concedidos à indústria de cimento Votorantim - Estado do Pará, reduz consideravelmente impacto da carga tributaria referente ao icms. Dessa forma, Amapá não tem atrativos suficientes, para que em condições idênticas, possa manter os investidores na região. Beneficio fiscal ofertado:

                   RESOLUÇÃO Nº 025, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2012

Concede tratamento tributário às operações que especifica, realizadas pela empresa VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S/A.

A COMISSÃO DA POLÍTICA DE INCENTIVOS AO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO DO ESTADO DO PARÁ, no exercício de suas atribuições legais;
                   (...)
Art. 1º Fica concedido crédito presumido no percentual de 95% (noventa e cinco por cento), calculado sobre o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidente nas saídas internas e interestaduais dos produtos fabricados neste Estado pela empresa VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S/A, inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS sob o nº 15.308.052-3, localizada no município de Primavera - PA, (...)
(...)

Art. 3º Fica diferido o pagamento do ICMS incidente nas aquisições de bens destinados ao ativo imobilizado da empresa VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S/A, constantes do Anexo Único desta Resolução, relativamente:

I - ao diferencial de alíquota, nas operações interestaduais, de máquinas, aparelhos e equipamentos de fabricação nacional;
II - à importação do exterior, de máquinas e equipamentos (...)

Art. 5º A beneficiária dos incentivos concedidos por meio desta Resolução fica obrigada, sob pena de revogação do tratamento tributário diferenciado, a cumprir o Termo de Cooperação Técnica celebrado entre a PREFEITURA MUNICIPAL DE PRIMAVERA, o INSTITUTO VOTORANTIN e a VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S/A para desenvolvimento de ações de cooperação técnica para potencializar o desenvolvimento social e econômico do município.

         Portanto, comparando Amapá e Pará avaliação e extremamente negativa para nossa região, tocante a política de incentivos fiscais.  E assim vamos nós. Décadas de espera; perdendo força produtiva esmagada pelo peso da burocracia. Na pior das hipóteses, a última solução seria aplicar as regras do Convênio ICMS 42/2016, ou aguardar os estados para resolver a questão para nós, onde todos os benefícios fiscais em vigor, sem autorização do Confaz, serão convalidados. Por fim, anos de obediência ao rito burocracial de Brasília, agora, tudo que não era permitido passará ser reconhecido, ainda, com direito de perdão dos débitos originários de benefícios irregulares.  

         Os estados estão aí há mais tempo brigando em torno da “guerra fiscal”; mais de uma década debatendo os famigerados benefícios fiscais concedidos à revelia do Confaz; quantos empreendimentos o Amapá deixou de ver instalados em seu território? Será que devemos aguardar mais tempo? Nicolau Maquiavel, Livro O Príncipe, já nos alertava: “... pois o tempo traz consigo qualquer coisa e pode trazer tanto o bem como o mal, e tanto o mal como o bem”.

         Se ficarmos de braços cruzados e não transmitirmos confiança aos futuros empreendedores, certamente nada mudará para o bem da sociedade amapaense.  Assim, em algum lugar deste país um governante astuto estará dando mais uma canetada na concessão de incentivo fiscal, em prol de seu estado. Aí me permitem parafrasear o maior maluco beleza do Brasil, Raul Seixas: “Plunct Plact Zum, DESSE JEITO AMAPÁ NÃO VAI A LUGAR NENHUM!!     


         Essa é a nossa realidade!!   

         Sergio Lima

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"HÁ TANTOS BURROS MANDANDO EM HOMENS INTELIGENTES, QUE, ÀS VEZES FICO PENSANDO QUE A BURRICE É UMA CIÊNCIA."
RUI BARBOSA


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